domingo, 29 de maio de 2011

Cuidados...


"Cuidar é ajudar o outro a viver o que ele tem que viver! Não é impedi-lo disso, nem tentar poupá-lo a um sofrimento que está no seu caminho, minimizando-o ou carregando o seu peso; é sim ajudá-lo a enfrentar a sua dificuldade, a mergulhar no seu sofrimento para dele se poder libertar, com consciência de que esse caminho só ao outro pertence e que ninguém o pode percorrer no seu lugar"

(D'Ansembourg)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O medo da perda...

"O meu destino ali subiu e do meu alcance fugiu!" Crase


Notava claramente em seus olhos, um profundo sentimento de mágoa, um vazio, o medo da perda. Ao ler textos e ouvir depoimentos, sempre concluía que tudo, tudo passa. Os mais sinceros laços de amizade, as demonstrações de carinho e cumplicidade, as confidências, tudo se esvai para um lugar obscuro podendo não mais ressurgir das cinzas como a Fênix.

Mas hoje sabe que o sol sempre volta depois de se pôr e o escuro da noite toma forma, clareia e anuncia um novo acontecimento, uma nova cor.Não contente com o caminho que a vida propõe em conhecer e desconhecer, ele quer dar novas formas para a vida, unica por sinal. Propõe excluir mitos, medos, tabús, quer excluir o desconhecer.

Uma cabeça confusa entre a razão e o coração, o deixa louco, a beira de um colapso nervoso. Precisa de um sinal: viver como se estivesse apenas de passagem, na média, ou correr os riscos e enfrentar o medo.

Uma estrela cadente movimenta o céu, é um sinal de que não são todas as estrelas que querem ficar do jeito que estão e modificam seu modo de vida. Ela, a estrela, brilha mais que todas as outras, é o brilho da vida, ela se desprendeu do sistema mesmo sem saber de todo seu brilho, jogou fora seus pesares, enfrentou o MEDO DA PERDA!

domingo, 22 de maio de 2011

Hable com Ella – A consciência não é necessária quando existe o desejo e o sentimento



O filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar de 2002 expõe uma nova visão e ângulo dos relacionamentos entre homens e mulheres e da afetividade humana.

A amizade entre Benigno e Marco, uma relação forte decorrente de casos parecidos: a esperança do despertar de seus amores dos impactos do tempo. Alicia e Lydia que a partir de acidentes fortes seja em um acidente de carro ou de um choque com um touro, acabam em estado de coma do hospital.



Benigno enfermeiro do hospital, possui uma espécie de amor platônico por Alicia, pois se apaixonou sem ter tido tempo de ser correspondido, antes do acidente. Benigno era considerado por todos da enfermaria como um gay e que só tinha olhos para sua mãe que viria a falecer e para a bela dançarina Alicia.



Marco um jornalista em busca de informações sobre Lydia, não tem um sentimento claro com relação a toureira e tem dificuldades de lidar com ela na cama do hospital. Ambos só podem fazer uma coisa enquanto esperam: falar com elas.

Fale com Ela desenvolve sua história através de flashbacks, mostrando as duas mulheres ainda quando fora do hospital. A história é bastante forte, porém Almodóvar tem todo o controle do filme e trata de assuntos como estupro, desejo e morte com a habilidade de um cineasta experiente e, porque não dizer, gênio. Em relação à originalidade citada logo no início, não há como descrevê-la, senão vendo o filme por si mesmo.



O filme tem a participação especial de Caetano Veloso cantando em espanhol uma versão da música Cucurrucucu Paloma, que seria uma pomba em busca de seu vôo, uma música muito emocionante que dá um toque de apelo aos sentimentos

O filme tem cenas fortes, desde o surpreendente jogo de reflexos na cena em que Marco visita Benigno na prisão e não conta que Alice tinha despertado depois dos atos sexuais de Benigno com a dançarina, motivo da prisão do enfermeiro.




O filme tem participação especial da filha de Charlie Chaplin que atua como a professora da companhia de ballet uma das forças de Alicia no período inconsciente.

Fale com ela é o filme que muitos não entendem o contexto, mas que passa um ideal de viver em busca do que faz bem em busca do amor e da luta e perseverança por seus objetivos. Temos neste filme mais uma prova da qualidade do trabalho de Almodovar no cinema mundial.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Gastronomia também é patrimônio Sanjoanense


Por Thayná Faria e Rômer Castanheira

A receita do sucesso gastronômico de São João Del-Rei não é nenhum segredo de nenhum gourmet. O ingrediente principal são os simpáticos personagens que tem o dom de encantar, e claro, dominam a arte da culinária mineira, desde os pratos principais às sobremesas.

Beijo Quente de Dona Geralda
Dona Geralda de Azevedo trabalha na porta do Cine Glória há 25 de seus 56 anos. Ela vende “Beijo quente”, doce que aprendeu a fazer com os sogros. Na verdade foi desafiada a aprender a receita e sair à rua para vender: “Era uma família de ambulantes aquela, e eles não achavam que eu teria coragem de ir pra rua vender doce, mas eu fui”, conta. E esse é até hoje seu trabalho.
Beijo Quente, uma tradição de 25 anos
No início a receita não dava certo, o doce às vezes passava do ponto ou até queimava. Foi difícil chegar ao padrão de qualidade pelo qual é reconhecido hoje. Dona Geralda, com o tempo, foi acrescentando seu toque à receita dos sogros. Canela é um dos ingredientes incorporado com sucesso e, de vez em quando, ela substitui amendoim por côco. A doceira sabe fazer o Beijo Quente de várias formas, uma bem diferente da outra “até com chocolate dá pra fazer, mas não uso porque algumas pessoas têm alergia, sabe?”, diz. 
Quase toda família da doceira trabalha nessa área: o marido Jorge vende milho cozido na Avenida Presidente Tancredo Neves há mais ou menos 25 anos. As filhas Elza e Josimara também vendem doce na mesma região. Dona Geralda conta que começou em eventos na porta do Minas, estádio de futebol local. Logo a concorrência aumentou e ela percebeu o grande movimento no cinema, até então o único da cidade, e decidiu fixar-se ali.
Mãe de cinco filhos, ela diz que o doce é sua única fonte renda. Em dias de muito movimento chega a vender 100 saquinhos de Beijo Quente. Dona Geralda trabalha de segunda a segunda, seis horas por dia, em pé. E isso não cansa? Sorrindo, ela diz que sentiria falta de trabalhar se tivesse que ficar em casa. Já se acostumou com a rotina que lhe permite conhecer pessoas e até fazer alguns amigos. “Tem gente que pára, compra um doce e fica conversando. Até aproveita pra pedir conselho sobre vida conjugal, essas coisas, vê só”, relata sorrindo.

Pastéis de Seu Pedro
De carne ou queijo e, no período de semana santa, de bacalhau. O pastel mais antigo de São João Del-Rei já é patrimônio cultural da cidade. Produzido há 48 anos por Pedro Eduardo Assunção, 73, o Seu Pedro, tem na qualidade e no carinho o segredo do sucesso. A carne do recheio, por exemplo, é moída pelo próprio pasteleiro, que confessa que o ofício se tornou uma paixão: ”só vou deixar de fazer pastéis quando morrer”.
A arte de fazer pastéis, Seu Pedro aprendeu com o pai
Seu Pedro diz que fazer parte da história de São João Del-Rei como um patrimônio vivo da cidade é trabalhar sempre com vontade e persistência. “No inicio do meu trabalho, os pastéis eram feitos manualmente em todas as etapas. Rodava o cilindro no braço e a amassadeira era com rolo, hoje ambos são elétricos, o que facilita muito”, explica.
Ele conta que a única coisa que conseguiu fazer na vida foi pastel e que desde os cinco anos saía com seu pai pelas ruas de Dores de Campos vendendo o salgado em estabelecimentos e casas. O pai é uma lembrança muito forte, foi quem o incentivou a investir na fabricação dos pastéis e ensinou o valor do trabalho.
Pedro faz a massa várias vezes por dia, de acordo com o movimento. Ele conta que a venda do salgado já foi maior. Lembra que, há alguns anos, a cidade só tinha duas pastelarias, “uma delas era a minha”, mas hoje a concorrência aumentou, são mais de dez. Mesmo assim, o pasteleiro conta que muita gente vem de bairros distantes para comer o salgado.  “Sinto que o movimento é 20% menor do que era nos anos 60 e 70”, avalia.

Churros, pipoca e sorvete na Avenida
Rinaldo trabalha na Av. Tancredo Neves há 30 anos
 Rinaldo Fernandes trabalha vendendo guloseimas na Avenida Presidente Tancredo Neves, no centro da cidade, há 30 anos. O negócio começou com o pai, Alain José Fernandes, que veio de São Tiago especialmente para assumir a barraquinha que até então estava alugada para outra pessoa. Vendia apenas pipoca, mas, com o tempo ampliou os negócios, com uma máquina de churros e outra de sorvete.
Quem ensinou Rinaldo a fazer churros foi o antigo responsável pela máquina, para quem o pai a havia emprestado. A produção varia de acordo com a época do ano: “No verão vendemos mais sorvete; o churros, com doce leite, sabor tradicional, é mais popular no inverno e a pipoca a todo tempo”, diz.
Para completar a renda, Rinaldo ainda trabalha com a reforma de pisos, mas explica que nem sempre tem serviço, o que não acontece com as vendas.  O sucesso, garante, vem da persistência e do gosto pelo que faz, “faça chuva, faça sol, estou aqui” comenta o vendedor que trabalha, diariamente, das 8 às 22 horas. “Sai de São Tiago e vim para São João Del-Rei e desde então não saio daqui. Gosto muito da cidade, gosto do povo sanjoanense”, finaliza.




quarta-feira, 4 de maio de 2011

Raio X do Saneamento Básico

A precariedade do saneamento básico em São João del Rei é um tema que esta sempre em pauta nos debates e movimentos sociais cujo objetivo são melhorias na saúde e no meio ambiente da cidade. Mas estes movimentos apresentam muitos insucessos. É o caso da Vila Nossa Senhora de Fátima, próxima aos bairros de Matosinhos e Fabricas em que a falta de cooperação e descaso é eminente. O bairro abriga mau cheiro e condições sanitárias incorretas que podem ser vistas ao passar pelo local.

A infra-estrutura do bairro é precária e um de seus problemas mais comuns é o fato de ter seus moradores em contato direto com animais não domésticos como cavalos, galinhas e porcos, correndo risco de contrair doenças. A profilaxia do local é arriscada e de acordo com a secretaria do Meio Ambiente de São João del Rei faltam profissionais responsáveis pela vistoria do local afim e proporcionar melhores condições os moradores. A Secretaria afirma que estes problemas nem seriam da resolução da Secretaria de Meio Ambiente e sim da vigilância sanitária juntamente com o setor de zoonoses da cidade, o que não acontece de acordo com a mesma.


Maria de Fátima Oliveira, no bairro há mais de vinte anos, relata que várias reclamações já foram feitas e que nenhuma providencia é tomada. Muitas famílias criam porcos, cavalos e galinhas em casa, o que prejudica a higiene da família e de quem convive no meio. “Acho que a vigilância sanitária é a responsável por vistoriar esses locais e que ela não faz a devida vistoria, por isso tudo se mantém como está”.

De acordo com o coordenador de Pragas Urbanas da Secretaria de Saúde de São João del Rei, Valdisnei Lopes da Silva, existe uma lei federal para criação de um centro de pesquisas na área de zoonoses que cuidam também dos suínos, fator direto do bairro citado. Porém na cidade, o que existe é um setor interligado na secretaria de saúde que verifica o local mas não responsáveis por mudanças e alterações do ambiente. O setor de Zoonoses tem pratica maior em relação a animais de pequeno porte como cães e gatos não sendo diretamente ligado com a questão da proibição da criação de suínos nas casas, o que poderia provocar doenças graves aos moradores do local.



Tamanho não é documento

Em pesquisa realizada no ano passado grandes metrópoles como Belo Horizonte apareceram como uma das melhores capitais do país em saneamento básico, só perdendo para Brasília. A água distribuída no município já é toda tratada. A destinação do lixo, aumento da coleta seletiva e a caça a ligações de esgoto clandestinas serão os maiores desafios enfrentados pela administração pública nos próximos quatro anos.

As estimativas estão no estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, uma Organização Social Civil de Interesse Público (Oscip) fundada por empresas e entidades brasileiras ligadas à área de saneamento. Os dados são coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados por especialistas do próprio instituto e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).


Saneamento Geral


Essa situação do setor de saneamento no Brasil tem conseqüências muito graves para a qualidade de vida da população, principalmente aquela mais pobre, residente na periferia das grandes cidades ou nas pequenas e médias cidades do interior.

A falta de saneamento mata sete crianças por dia no Brasil. O dado alarmante foi anunciado pelo presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. Hoje, segundo dados do Ministério das Cidades, menos de 44% da população está ligada a uma rede de coleta de esgoto e somente um terço do que é coletado é tratado. O país figura no “Ranking da Vergonha”, entre as nações com mais pessoas sem acesso a banheiro - 13 milhões de brasileiros.De acordo com o presidente do Trata Brasil, só a sociedade pode mudar o quadro atual. “A nossa percepção é de que, enquanto as pessoas não se conscientizarem da importância do saneamento e priorizarem isso na hora de voto, os investimentos necessários não vão se realizar numa velocidade suficiente para o país”