quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Turismo Artesanal e suas impressões

São João del-Rei tem, dentro de suas tradições, espaços que concretizam a produção artesanal. Seja em ateliers ou mesmo na praça da igreja São Francisco de Assis, alguma arte está em exposição ou sendo divulgada.

“Antigamente dava para viver de artesanato, hoje em dia não dá mais”, afirma a artesã Patrícia Jaqueline Souza Soares, que trabalha na Associação dos Artesãos, na Avenida Hermílio Alves. Atualmente, a associação encontra-se fechada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e busca um lugar para se estabelecer. A artesã releva que o comércio anda muito parado por causa das crises financeiras e, além disso, a associação tem que arcar sozinha com as suas contas e dívidas.

Realizando atividades artísticas desde os 16 anos, Fernando Pedersini é um jovem escultor que mora na cidade e esculpe imagens religiosas sacras. É nessa idade que Fernando começa a realizar vários cursos de modelagem e restauração para aperfeiçoar o seu dom. Em 2007, incorporou varias técnicas artísticas em Córdoba, na Espanha, com a ajuda do renomado escultor Francisco Romero Zafra. Pedersini trabalha por conta própria, utilizando madeira e barro nas produções que exportam o seu nome e trabalho para locais como Brasília, Ribeirão Preto, Juiz de Fora e, inclusive, Portugal.

O escultor relata que não há um período determinado para vendas e que suas imagens são suficientes para sobreviver e garantir um razoável conforto para a família. “Oessencial pra melhorar a atividade do artesanato seria a união”, comenta.

Passeando pela cidade neste ultimo final de semana, o historiador Jonas Carvalho se diz emocionado em perceber como tantas obras de artes são produzidas em apenas uma cidade. “Venho de Osasco (SP) e, por insistência de minha mulher Magda, resolvi sair da turbulência e poluição da cidade grande para respirar novos ares”, diz o turista.

Ao ser questionado sobre o artesanato na cidade, Jonas relata ter visto mais de dez produções artesanais diferentes, dentre elas as “Delicias de Antigamente”, projeto elaborado na cidade que apresenta variados doces costumeiros do passado, a que mais lhe encantou.

Wânia Costa, professora de português na cidade de Uberlândia ressalta a importância da preservação dessas práticas na cidade. “Esta é uma mostra de como Minas Gerais é um estado bonito e de quantas belezas seus moradores oferecem. Em São João del-Rei, pela segunda vez, vejo que a cada dia o artesanato cresce, mesmo que algumas pessoas digam que não é uma arte rentável, a beleza já faz o papel de engrandecer a alma de quem faz”, declara Wânia, quando questionada da sobrevivência apenas de produções artísticas artesanais.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um pouco da Itália em São João!



O Festival Ponte entre culturas movimentou a colônia do Giarola neste último domingo, 29, com o espetáculo de Teatro e Ópera do Grupo Amarcord. Em um cenário de fortes culturas Italianas, o movimento cultural se apresentou. A Cia Italiana de Teatro e Ópera é uma companhia itinerante que percorre o Brasil resgatando e fortalecendo as comunidades de imigrantes Italianos.

Em 03 de dezembro de 1888, São João del Rei recebe imigrações italianas precisamente no dia 13 de dezembro. A margem do Rio das Mortes que corta a cidade foram introduzidos núcleos sendo que a direita denominado até hoje como Marçal e a esquerda os núcleos Teodoro, atualmente Giarola, Felizardo e Recondengo. Estes núcleos se tornaram propriedade definitiva dos imigrantes em 1896, predominando nestes locais, o cultivo de flores, frutas legumes além da fabricação de massas caseiras que abastecem o mercado local e também transportadas para o Ceasa em Belo Horizonte.




Juntamente com a Cia teatral itinerante, a APRAFAC (Associação de Produtores Rurais e Agricultura Familiar das Colônias) promoveram um almoço tipicamente Italiano com variados tipos de massa e um bom vinho que serviram de aperitivos para o espetáculo marcado por encenações do povo Italiano além de cantarem por quase duas horas árias como “O sole mio” - Di Capua, “La donna e`mobile” - “Rigoletto” (Verdi), e “La donna e`mobile” - “Rigoletto” (Verdi)

O presidente da APRAFAC Adriano Ribeiro Almeida se diz muito feliz em conseguir promover este espetáculo que engrandece um povo tão guerreiro que venceu e atingiu suas metas. “A tradição Italiana não pode se perder, a gente percebe que ela vem diminuindo, mas oportunidades como estas são de extrema importância para fortalecer esse povo” diz Adriano.



O Festival, pela primeira vez em São João del Rei alegrou o público em sua maioria crianças que começam a conhecer a cultura e de Avós que passaram por muitas experiências na cidade. Adriano diz que eventos assim já aconteceram na colônia do Giarola, mas eram apenas encontros e almoços’’. Essa é a primeira vez que o almoço Italiano é regado a Ópera e teatro e esse é o primeiro de muitos que virão. “Espero que os parceiros que nos ajudaram neste momento, continuem nos apoiando” ressalta o produtor.

A senhora Ivone da Conceição Giarola, neta de Severino Giarola, um dos primeiros imigrantes Italianos a chegar ao Brasil, se diz muito feliz e realizada por presenciar um evento tão maravilhoso como o que está vendo. “Nossa, é uma beleza, ver tantas gerações unidas para festejar a tradição italiana, fico muito emocionada. A organização está de parabéns”

“Em uma historia de problemas conjugais entre imigrantes, Guilherme Giarola e sua família resolvem empenhar todas suas economias e heranças na construção da capela de Nossa Senhora das Mercês na Colônia do Giarola, o que deu mais um incentivo, agora religioso aos tantos Italianos que buscavam tranqüilidade”, conta Ivone.



O Grupo se apresentou em Barbacena e São João del Rei nesse final de semana e percorrera em todo mês de setembro, mais regiões de Minas Gerais e também nos estados de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A programação completa e informações do festival são encontradas no site
http://www.festivalpalcoitalia.com.br.