domingo, 20 de junho de 2010

Aumento no preço dos alimentos preocupa donas de casa e produtores




Paralelamente, na Europa, as cheias nas bacias dos rios poloneses Vístula e Oder, segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pawel Fratczak, têm ilustrado um cenário de perda de centenas de milhares de hectares de terras debaixo d'água "uma situação jamais vista desde 1884". A partir disso, as safras bem sucedidas, entram no mercado consumidor a elevadas taxas, diminuindo o consumo e baixando o nível da alimentação das camadas populares.
Isso significa que, se persistem condições climáticas muito extremas, o preço dos alimentos tende a subir e a inflação ataca. “Tomate, batata, vagem, principalmente as frutas estão tudo muito caras. Tenho que comprar o que está com menor preço e tentar substituir alimentos para não comprometer a qualidade das refeições, mas estou deixando de comprar muita coisa”. Esta é a opinião da dona de casa Dircéa Soares em relação ao aumento de preços proveniente das variações climáticas.
Além disso, a inflação assusta o consumidor. Se as especificidades do solo polonês já não eram adequadas à produção de frutas e verduras, as inundações causadas pelo rio Vístula, somada ao clima frio desestabilizam a vida dos camponeses que pensam em vender suas propriedades para tentar garantir sua sobrevivência. Similarmente, aqui no Campo das Vertentes, com o período de intensa seca na região é calculada uma inflação gradativa para frutas e legumes, não havendo perspectiva de mudança próxima nessa situação, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
A batata chegou a março com quase 50% de aumento. O legume que custava em média um real e cinquenta centavos no mês de abril, hoje aparece na feira a dois reais e vinte e cinco centavos. “Tive que deixar de fazer batatas fritas diariamente, tendo que comprar apenas mandioca que, mesmo com esse período de seca, foi um dos únicos alimentos em que não percebi aumento de preço”, conta Ângela Maria da Silva, dona de casa, do bairro Matosinhos.
As chuvas torrenciais que estão destruindo plantações na Polônia e no Chile se apresentam muito fortes e dispersam as sementes, prejudicando a plantação. Ao contrário, a região das Vertentes, em Minas Gerais, vem enfrentando uma terrível seca. A alternância entre longos períodos de seca e chuvas irregulares ou esparsas faz com que os vegetais não tenham sustentabilidade, chegando a prejudicar o processo de germinação das sementes. Nessa área, a temperatura vem variando na média dos quinze graus, com precipitações de chuva inferiores a um milímetro, ou seja, raras manifestações pluviais.
Mesmo alto em relação ao euro, o dólar vem apresentando quedas constantes, com indícios de inflação, que prejudicam e muito a questão alimentícia. As bolsas Dow Jones, Nasdaq e as de Santiago do Chile e Montevidéu têm fechado em baixa, preocupando o mercado cambial e os produtores em todo mundo que depende da agricultura como fonte de subsistência.

sábado, 12 de junho de 2010

A Percepção da Forma de um Espaço: Os Aspectos Positivos do Espaço Negativo


Betty Edwards

A composição é uma forma de arrumar os desenhos pelo artista. Apresenta elementos positivos sendo objetos ou pessoas e negativos, constituídos de áreas vazias que em um todo criam o formato das imagens.
Os principiantes esquecem das margens e só pensam no tema, não descobrindo o espaço real e ilimitado que o desenho possui. Este esquecimento é o causador dos problemas de composição das figuras. O maior problema de composição seria não unificar espaço e formas, deixando-os sem uma configuração adequada.
Uma passagem da autora americana em seu livro: ´´A preocupação com as coisas parece suplantar a visão mais holística do mundo que caracterizava as crianças, um mundo em que tudo é importante,inclusive os espaços negativos do céu, do chão e do ar.`` Em suas demonstrações, conclui-se que os objetos e os espaços que estão ao redor do foco, se ajustam como um quebra cabeça. Fazendo referência ao processamento de informações do hemisfério esquerdo, a autora afirma que esta região do cérebro não identifica nome e espaços vazios de uma paisagem, sequer suas categorias. Para um bom desenho, o hemisfério direito é o mais adequado.
Intertextualizando desenho e poesia, o poeta John Keats escreve que para compreender bem a poesia e suas especialidades é necessário uma ´´ aptidão negativa`` capaz de construir uma arte estranha e complexa,recheada de incertezas, o que é necessário para a produção da informação, iniciada na retina do espectador.
Em um dos exemplos citados, Edwards, ao desenhar o vazio para desenhar uma coisa, dois desenhos são construídos, possuindo espaços internos vazios mais claramente retratados. A composição fica bem feita, pois mesmo sem os espaços internos preenchidos, o nível de importância é o mesmo, pois se unificam.
Em desenhando com o lado direito do cérebro, a autora acredita que ao desenhar as formas dos espaços, o lado sem tanta percepção artística (esquerdo), passa a não se intrometer no direito que passa a ter seu trabalho dinamizado. A batalha cognitiva da percepção explora a situação de conflito quando o principiante a partir de uma informação visual põe no papel ou tela a cena observada.
Desenhando apenas as formas dos espaços negativos, o desenho sairia muito melhor, um traçado mais confiante e com mais facilidade, pois a partir do momento em que faz uso do artifício de visualizar os espaços vazios e não os preenchidos, a região esquerda se abstém. Só assim o conflito é resolvido.
A pratica de desenhar uma cadeira consiste em desenhar a partir dos espaços negativos que ela apresenta. A partir deste exercício, o nome do texto é explicado, pois, o desenho desta pratica é todo fruto do lado direito do cérebro, no qual o lado esquerdo não participa desta construção e unificação dos espaços a partir dessas técnicas, aumenta a capacidade de ver claramente através do desenho e captar problemas.